O homem de fé - o doutor Sebastião Rezende viveu elegantemente por diversas décadas - ao lado da Igreja catedral -Católica Apostólica Romana de Formosa -GO |
Por: Walter Brito
O doutor Sebastião Rezende faleceu e deixa o povo formosense de luto. Nossos sentimentos aos seus familiares - especialmente à professora lassira - viúva do doutor Sebastião - que foi diretora de minha saudosa mãe Dejanira na Vila Vicentina. Esta fazia questão de dar carona para nossa genitora - que morava distante da escola, onde era merendeira - faxineira e porteira. Dr. Sebastião era um cavalheiro - um gentleman. Adorava futebol e era fã do Tio Luiz, quando este era jogador do Formosa Esporte Clube. Ele não perdia uma partida quando Tio Luiz estava escalado para o elenco comandado por Paulo Saad. Por outro lado, o Dr. Sebastião Rezende foi um dos melhores clientes do alfaiate Vespasiano Gualberto de Brito no final dos anos 60 e início dos anos 70. Vespa, nesta época, junto com Fifico e outros intelectuais de Formosa, ajudava a elaborar a lista dos dez mais bem vestidos da cidade. O Dr. Sebastião era sempre o primeiro da lista. Em segundo, o Dr. Severo. Terceiro, Raul Preto. O quarto, João Balduíno. O quinto, Alaor Ubirajara, e o sexto o próprio Vespa. O sétimo era Dr Félix. O oitavo, Leir. Não me lembro dos outros dois. Em 69 e 70 eu publiquei a lista no jornal Folha do GAP e fiz questão de fazer uma deferência especial - não só à elegância do médico, mas também me referi ao seu profissionalismo na medicina. Eu era o editor-chefe e presidente do jornal estudantil mais badalado de nossa adolescência. O Bira de Olímpio, padeiro, era o vice- presidente. Ângela Barreto, colunista social. Lindamar de Pedrinho Maciel, a tesoureira. Professora Jacira Reis, revisora. Professor Édson Spíndola, o impressor, no seu mimeógrafo. A Professora Olíbia, relações públicas e maior incentivadora. O hoje Advogado Ney Moura Teles - editor de esportes. Dom Victor Tielbek, editor de religião. Lembro-me do primeiro título escrito por Dom Victor: "O Ópio toma conta do mundo". O editor de arte e criador da logomarca, Frei Martim. A melhor cobertura feita pelo jornal foi a Copa de 70, cuja responsabilidade foi de Ney Moura Teles - do alto de seus 15 anos de idade. Ângela Barreto falava sobre moda, principalmente sobre a minissaia - a coqueluche de nosso tempo de adolescente. Falava dos casais mais badalados de Formosa e da música formosense, sob a impecável atuação do conjunto Som Versátil - cujo líder e crooner era Ruy Rubens com apenas 17 anos. Eu editava o jornal nas máquinas de datilografia de seu Neném. Quando o jornal precisava soltar edição extra trabalhávamos no domingo. Nesse caso, o Frei Maurício emprestava sua máquina pessoal e ocupávamos o espaço da biblioteca do Ginásio do Planalto. O dia em que saía a edição da Folha do GAP os estudantes da cidade inteira ficavam em polvorosa, pois falávamos sobre atividades ocorridas em todos os colégios. Na política nacional fazíamos críticas veladas ao governo militar. Começamos o texto acima falando sobre o falecimento do Doutor Sebastião, que foi um dos homens mais elegantes de Formosa. Acrescento que ele foi, ao lado do Dr. Naby, do Dr. Francisco Carneiro e Dr. Eduardo Pereira Primo, o quarteto de ouro da medicina de Formosa. Homem educado, culto e altamente respeitado, o Dr. Sebastião Rezende passa para a história como um realizador - estudioso da ciência e da medicina de qualidade - num tempo em que a alta tecnologia inexistia. Portanto, a capacidade humana era mais exigida e o estudo diário para se atualizar e conhecer com profundidade os medicamentos lançados no mercado para melhorar a qualidade de vida do ser humano era muito exigida. Nossos sentimentos ao precursor da medicina moderna em Formosa ao lado dos seus colegas de profissão.
Vá em paz, Doutor Sebastião Rezende!
Formosa, em suas várias gerações, agradece seus relevantes serviços de forma digna e sacerdotalmente prestados!
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