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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A LUTA INCANSÁVEL DO ALFAIATE VESPASIANO!

Na foto, os filhos de Vespasiano e Deja: Waldir, Valdo, Valquíria, Vespasiano Filho, Wagner, Vanderlei, Walter Brito e Creusa.

          Certa vez, mestre Vespa, o alfaiate dos alfaiates, pois quando terminava de alinhavar a manga de um paletó sob medida dizia: "Eu sou mais eu!" 

E dizia mais:  "Nos próximos 100 anos, certamente nasce outro alfaiate do mesmo nível, que saiba fazer com maestria qualquer peça:  calça, colete, casaca, summer, smoking, gravata comprida e borboleta, cinta para smoking, casaquinho feminino, saia clássica feminina, roupa de palhaço, roupa de época, camisa, cueca samba-canção, entre outras", era a fala do ex-peão de boiadeiro Vespasiano Gualberto de Brito, filho do Coronel Rozendo (que comprou a patente de Coronel da família Caiado em 1919 - na cidade de Flores de  Goiás - à época Urutágua). A mãe de Vespa se chamava Francisca, a respeitada dona Chiquinha, herdeira de terras e muito gado, por volta de 1913. 

Os saudosos Vespasiano e Dejanira Carvalho de Brito

          Voltando ao alfaiate - Este aprendeu sua honrada profissão aos 19 anos no atelier do mestre Chiquinho do Espírito Santo, na pacata Formosa de 1944. Foi lá no atelier do esposo da dona Calu, mãe de Zeli a esposa do italiano Penachio, que Vespa conheceu o verdadeiro amor de sua vida, a então calceira e bordadeira Dejanira Carvalho de Brito. Esta, foi uma mulher além de seu tempo. Quando se casou com Vespa ela já era porteira, merendeira e faxineira do Grupo Escolar Americano do Brasil. A referida escola, quando o aluno concluía o curso primário, acredito que era correspondente hoje ao  superior - muitos ministrados em nosso país. 

"Sofri em um só momento três AVCs e passei duas semanas internado no glorioso Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo - onde me recuperei completamente. Sou assessor de imprensa do Deputado Castello Branco ( PSL -SP)  - Walter Brito"


Lembro-me na minha tenra infância - período em que eu era um inquilino da Casa Amarela - casa onde minha saudosa matriarca fazia o lanche diário para mais de 300 crianças, entre elas eu e meus sete irmãos, e também o hoje radialista renomado Compadre Juarez Fernandes, bem como o garoto levado da Fazenda Brocotó, o hoje respeitado ex-prefeito de Formosa e atualmente deputado estadual Tião Caroço. E mais - o brigão Eli toco preto - que teve três mandatos de deputado estadual em Goiás, advogado da confiança do ex-presidente da República José Sarney, doutor Heli Dourado, o advogado de diversas personalidades do nosso país. Além das crianças levadas que dona Deja alimentava com seu lanche reforçado, a porteira faz-tudo, nos finais de suas tardes arrumava tempo para bater papo com as jovens professoras daquele tempo. Dona Gabriela Amado, Áurea e Vanda - filhas do fazendeiro Dorré, dona Milica, Maria de Lourdes de Mazim, dona Iani Oppa, dona Aparecida Oppa, dona Tomires, dona Mariinha de seu Cairo, dona Dolores - esposa do aviador Antenor, dona Belinha (Izabel Cristina) e a irmã Ana Balduíno, dona Ediva de Lulu Correia, e a mais jovem e revolucionária daquele período da história formosense - a professora Selva FrançaTeles Gebrim, recém-casada com o dr.  Wagy Gebrim, um dos mais importantes médicos da história de Formosa, ao lado dos pioneiros doutor Joviano e dr. Naby Gebrim. Com pioneiros, também os doutores Sebastião Rezende, Amim, Eduardo Pereira Primo, Francisco Carneiro, Advo, Eliardo FrançaTeles - entre outros valorosos médicos de minha terra natal. Voltando ao alfaiate Vespa. Com atelier montado na Rua Emílio Póvoa por meio século, o artesão da agulha puxou a miudinha em outras plagas para ajudar Deja a sustentar os oito filhos: Creusa, Walter, Vanderlei, Wagner, Vespasiano Filho, Valquíria, Valdo e Waldir. Vespa trabalhou cinco anos como contramestre dos estilistas  Geraldo Marques, Davi e do mais conceituado do DF e do Brasil em todos os tempos, o estilista Linhares (por diversos anos  representante de Pierre Cardin no Brasil) . No atelier do Linhares - Vespa atendia o ex-presidente do Banco Nacional e ex-senador mineiro Magalhães Pinto. Foi Vespa também que costurou no atelier do Linhares o terno usado por Fernando Collor de Mello em sua posse como presidente do Brasil. 

Réplica da Casa Amarela - no Sítio de Vanderlei e Maria - nos arredores de Formosa-GO. A casa original - foi a residência - onde Dejanira e Vespa criaram os oito filhos nas dependências do Grupo Escolar Americano do Brasil - onde Dejanira era porteira e faxineira. A história completa - no livro: "VIDAS NEGRAS IMPORTAM - MEMÓRIAS DE UMA FAMÍLIA NEGRA  BRASILEIRA"

          Escrevi estas linhas para dizer aos meus leitores que no dia 13 de março de 2020 saí de Brasília, onde morei por 45 anos para me despedir dos meus irmãos em Formosa-GO, nos arredores de Brasília, e fui para o Rio de Janeiro, onde morei em minha juventude plena. A priori, a pretensão era passar sozinho o luto de meu pai que faleceu aos 84 anos em 2008 e da minha genitora Dejinha, que foi para os braços do Senhor no dia 22 de junho de 2018. 

Jornalista Walter Brito e o deputado estadual Castello Branco ( PSL - SP)

Tornei-me suplente de vereador no Rio em novembro de 2020 e moro em São Paulo desde janeiro de 2021, onde sou assessor de imprensa do glorioso Deputado Castello Branco (PSL-SP), sobrinho-neto do ex-presidente do Brasil, o Marechal Castello Branco. O meu irmão Vanderlei e minha cunhada Maria Inácio construíram no sítio de propriedade deles uma réplica da Casa Amarela, onde Dejanira e Vespa nos criaram. Bateu a saudade. A qualquer momento estarei em Brasília e Formosa, depois de quase dois anos ausente! É que lá, as memória de Deja e do alfaiate Vespa são eternas!

Vespasiano - Dejanira e os filhos em um evento no Kubitschek Plaza Hotel - em Brasília DF - no ano de 1997


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