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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Taurino Araújo: uma historiografia na terra de todos nós


Everaldo Goes é jornalista


Por Everaldo de Andrade Goes. Jornalista e historiador

everaldo@uefs.br



Sucesso de vendas e de crítica, a sua Magnum Opus está presente nos catálogos da Biblioteca do IAI – Ibero-Amerikanische Institut Preußischer Kulturbesitz (Instituto Ibero-americano do Patrimônio Cultural Prussiano de Berlim) e da Library of the United Nations Office at Geneva (UN-OG). Pesquisador nas áreas de Hermenêutica, Teoria do Direito, Transpessoalidade, Pensamento Sistêmico, Criminologia, História, Filosofia, Antropologia Jurídica e Campos Interdisciplinares, Taurino Araújo, PhD., é o autor de Hermenêutica da Desigualdade: uma Introdução às Ciências Jurídicas e também Sociais (Del Rey, 2019), cuja primeira edição foi esgotada em apenas 39 dias.



Taurino Araújo


Embora o ponto de partida de Araújo seja o direito comparado, este ramo é prioritariamente história, filosofia e teoria geral do direito em seus amplos desdobramentos de componente discursivo da justificação dos modelos jurídicos e globais, postula Emerson Santiago.

Em lapidar metáfora de Calmon Teixeira, [q]ual Colombo, Taurino Araújo e sua Hermenêutica desbravam novos mundos dantes jamais vislumbrados. Sequer cogitados. Como na história do ovo de Colombo e em suas descobertas. Para ele, o ponto de partida sempre foi a realidade.

Ressalte-se, portanto, o poder de síntese de Taurino não apenas ao envolver e encorajar ao debate todos os segmentos da sociedade, famílias, empresas e governos à percepção integrada do contexto jurídico e desse “fazer parte” do esforço de superação das diferenças através da figura do receptor também protagonista. Conteúdo digno de integrar a grade obrigatória dos ensinos fundamental, médio e universitário a Hermenêutica da Desigualdade proporcionará o amadurecimento da comunidade — mesmo lento e gradual — através do rompimento com a lógica da dominação jurídica, através de um método que se debruça sobre a questão dos desamparados e dos dominados em todos os campos do fazer social.

Ainda existem cientistas preocupados em estudar e superar temas muitas vezes tidos como tabus, intocáveis: Taurino Araújo aborda a desigualdade entre os conceitos jurídicos fundamentais e desenvolveu uma ciência da interpretação para diminuí-la. Vivas, portanto, ao expoente das tradições de Heródoto, de Frei Vicente do Salvador e do professor Luís Henrique Dias Tavares.

Para Nelson Cerqueira, Taurino traz-nos um ponto de vista transdisciplinar, histórico, global e transcultural sobre as facetas da desigualdade e desigualdades dentro da desigualdade, como nos casos da Escandinávia, América Latina e Estados Unidos para redefinir a sua hermenêutica da desigualdade au-delà de Sócrates, Platão e Aristóteles. E é neste particular que a dimensão de pensador de Araújo e de sua historiografia concorrem para a revolução na comunicação eficaz e imprescindível entre os diversos sistemas do mundo que, para sua hermenêutica da desigualdade, operam numa praesumptio similitudinis (Van Erp) a ser examinada sempre em termos de realidade-dogmática-zetética-dogmática com vistas à desdiferenciação de sujeitos e de processos.

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